Não há indivíduo que não conheça o nome “Michael Jordan”. Dentro das quadras, ele foi o jogador ícone do Chicago Bulls, na liga de basquetebol americano (a NBA) e está no primeiro lugar dos atletas mais bem pagos de todos os tempos, com um ganho de US$2,62 bilhões (ajustado à inflação). Mais interessante que isso, porém, é o que ele ganha fora das quadras: 20 vezes mais do que dentro. Qual a razão de seu sucesso fora das quadras e o que isso tem a ver com a capacidade de captação de investimentos para startups? Contaremos neste texto!

De Armador ao Air Jordan - Onde tudo começou

Em 1984, ainda no início de sua carreira, Jordan ganhou o prêmio “Jogador Nacional do Ano” jogando na liga universitária na Carolina do Norte. Nesse ano, MJ foi a terceira opção de escolha (ou, #3 draft) para seu futuro time, o Chicago Bulls, e se tornou o melhor armador e jogador da história da NBA, sendo ovacionado por todos (ou quase todos, não é mesmo, mr. Pippen?).

Uma vez dentro da NBA, ainda no seu primeiro ano, grandes marcas como a Puma e Converse (na época, predominantes no setor) queriam tê-lo como jogador patrocinado*;* já **ele, por sua vez, queria a Adidas, que não tinha interesse. Em 1984, a Nike, na época não tão grande no setor, fez uma proposta: a criação da marca Air Jordan Brand, contando com um contrato de $510 mil por ano ao jogador, mais stock options. O primeiro fruto disso foi o tênis Air Jordan 1, cujas vendas só no primeiro ano renderam US$126 milhões à marca.

A partir de 1997, a marca se tornou uma empresa da Nike e, desde então, tem se remodelado, ampliando seu modelo de apenas venda de tênis (e outros itens relacionados à NBA) para parcerias com organizações e instituições esportivas, a exemplo do time de futebol “Paris Saint Germain” (ou PSG) e a divisão de futebol americano da Universidade da Califórnia (UCLA). Até hoje, de todas as vendas da marca, MJ recebe 10%.

Foto: Unsplash

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O pulo de Michael Jordan - de dentro para fora das quadras.

Seu brilhantismo como jogador associado à imagem de estrela permitida por todo o marketing envolvendo a Air Jordan formou a receita especial para a construção de um branding pessoal que ecoaria muitos anos depois, tornando-o um sinal de sucesso onde quer que fosse. Para entender melhor o impacto de sua presença, independente do setor, veja abaixo alguns dos investimentos do Michael Jordan, anos após sua atuação como jogador na NBA.

1 - Da quadra para o banco:

Após vários anos fora das quadras, em 2010 comprou o time Charlotte Hornets, da Liga Leste da NBA, por US$275 milhões, tornando-se o primeiro former-player a ser dono de um time da NBA. Um detalhe interessante da aquisição é que o time é situado na Carolina do Norte, estado no qual havia passado grande parte de sua vida, sendo este inclusive o palco do início de sua carreira jogando a liga universitária (NCAA) pela University of North Carolina at Chapel Hill.

Porém, o detalhe mais importante é o efeito da presença de Jordan no time: o time evoluiu bastante e passou a valer US$1.6 bilhões.

2 - Das apostas às e-apostas:

Em 2015, e junto ao empresário Mark Cuban, investiu na Sportradar, empresa que fornece dados esportivos e de apostas ao vivo, dados de probabilidade e serviços relacionados a detecção de fraude, em uma rodada de investimento de US$44 milhões. Em 2021, aumentou seu investimento e se tornou conselheiro especial da empresa - alguns meses depois, a empresa se torna pública e passa a valer US$4 bilhões.

Nesse mesmo mercado, em 2020 investiu na Draftkings, uma multi em troca de uma posição de advisor no conselho da empresa, contribuindo em questões estratégicas. Embora não se saiba qual a participação acionária do ex-atleta na empresa, a mesma vale US$18 bilhões atualmente.

3 - Do Space Jam para o eSport Jam:

Em 2018 investiu US$26 milhões na aXiomatic, empresa na vanguarda da expansão do mercado dos esports e responsável pela Team Liquid - uma das equipes mais antigas e populares do esports - que atualmente vale US$300 milhões e está presente em várias modalidades de esports como “League of Legends”, “Dota 2”, “Counter-Strike: Global Offensive” e outros.

4 - Da NBA para o NFT:

Ainda antes que os NFTs (ou tokens não fungíveis) explodissem em todo o mundo, M.Jordan investiu na Dapper Labs, criadora de tokens que valia US$2.6 bilhões. Essa empresa foi responsável pelas criação da NBA Top Shot - destaques de vídeos de jogadas e momentos relevantes da NBA -, no início de 2021 cujo movimento deu início à febre subsequente dos NFTs. Apesar de outros ícones do mundo esportivo e do entretenimento terem se somado ao time de investidores posteriormente, desde a presença do MJ, a empresa realizou parcerias com a NFL (liga de futebol americano), a WNBA (liga americana de basquetebol feminino), e ainda levantou uma rodada de serie D de US$250 milhões, passando a valer US$7.6 bilhões.

5 - De corridas nas quadras às de fora: